sexta-feira, 8 de junho de 2012

Mensagem do Secretário de Estados das Comunidades Portuguesas


08 de Junho de 2012

Mensagem do Secretário de Estados das Comunidades Portuguesas

10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

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José de Almeida Cesário, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

Celebramos neste momento o Dia de Portugal, de Camões e da Comunidades Portuguesas. É uma celebração que ocorre em Portugal assim como em todo o mundo, nas nossas representações diplomáticas, em clubes e associações e em todas as casas onde há um português.
O Dia de Portugal, ao recordar Camões, nascido há quase 500 anos e cuja obra celebra a história e o espírito do povo que hoje leva já quase 900 de existência, transporta-nos para as origens do que somos. Desde 1978 o 10 de Junho passou, com toda a justiça, a invocar também um património central para a nossa identidade: as Comunidades Portuguesas. É desta unidade e sentimento de pertença que se afirma a portugalidade.
Ao comemorarmos este Dia, recordamos as vicissitudes da nossa história, os feitos que alcançámos e as tribulações que passámos. Hoje como ontem, é no património humano deste país que encontramos as respostas para os desafios e as dificuldades que se nos apresentam.
Somos mais de 15 milhões espalhados por todo o mundo. Qualquer estigma ou preconceito acerca das Comunidades Portuguesas que possa ter existido no passado tem que estar hoje definitivamente ultrapassado. A ética de trabalho, a capacidade de ultrapassar adversidades, o empreendedorismo e a coragem dos nossos emigrantes são qualidades hoje unanimemente reconhecidas nos países que os acolheram bem como no que deixaram mas sempre será seu. Também as circunstâncias globais mudaram e o fenómeno das migrações é hoje encarado com naturalidade, como um factor positivo num mundo onde a mobilidade é uma constante.
O Governo que integro estabeleceu como objectivo estratégico revalorizar as Comunidades Portuguesas em todas as vertentes, reforçando os laços entre Portugal e os cidadãos residentes no estrangeiro.
Tenho procurado alicerçar esse objectivo em três pilares fundamentais: a qualidade do ensino da língua, a proximidade dos consulados face às populações e o fomento da participação cívica, social e política das Comunidades quer nos países de acolhimento, quer na vida interna de Portugal.
A Língua é naturalmente uma parte essencial do nosso património, da nossa vivência comum, da nossa identidade como povo que não se confina aos limites geográficos de Portugal. A consciência desse facto toma imperativo o investimento na qualidade do respectivo ensino. É por essa razão que se está a levar a cabo um rigoroso programa de avaliação do respectivo sistema e de certificação dos cursos de Português. Para além de uma padronização da qualidade do ensino, estas medidas permitirão estabelecer graus de aprendizagem que virão a ser reconhecidos, tal como acontece há muito com o sistema de ensino de outras línguas (baseados em bem estabelecidos graus que permitem fáceis equivalências), com sucessos internacionalmente reconhecidos A proximidade dos serviços consulares dos cidadãos expatriados é uma exigência decorrente da igualdade de tratamento que todos os portugueses merecem. Assim, fazendo uso das potencialidades que as tecnologias oferecem e que têm vindo a ser desenvolvidas nos últimos anos, privilegiamos o uso de equipamentos portáteis quer onde não é viável manter estruturas consulares permanentes quer onde elas não existiam no passado.
A participação dos portugueses da diáspora na vida cívica e política local é outra das vertentes através da qual as Comunidades se valorizam e se realiza o pleno exercício da sua cidadania. O Governo tem promovido os encontros e o reforço dos laços entre os luso-eleitos e continuará a promover as várias formas de associativismo. Quero destacar muito em particular o papel da mulher migrante - e várias são as que na diáspora alcançaram já lugares de grande destaque - cujo dinamismo é fundamental para que tenhamos Comunidades ativas, vigorosas e sãs. De igual modo é necessário que os jovens portugueses e luso-descendentes se sintam parte integrante das mesmas e desempenhem nelas um papel de relevo, cultivando e enriquecendo as sua origens, tradição e ligação a Portugal. É da capacidade inovadora e de iniciativa destes jovens que surgirão muitas das soluções para o futuro de Portugal.
É evidente que várias destas medidas implicam ajustes importantes e períodos de adaptação. Nenhuma solução é à partida perfeita e todas precisam de acertos e correções que só a prática tomará patentes. Estamos porém convencidos de que, com o apoio de todos e um esforço comum, no qual quer os funcionários diplomáticos e consulares quer as próprias Comunidades têm um papel a desempenhar, o resultado final será de uma maior qualidade dos serviços, que contribuirá para a dignificação e valorização da presença portuguesa no estrangeiro.
Por fim desejo expressar a todos uma mensagem de confiança no sentido de que o esforço, sério e sustentado, que o país está a realizar será bem sucedido. É importante que as nossas Comunidades estejam conscientes de que tudo está a ser feito para restaurar a credibilidade internacional do nosso país. Vários parceiros e organizações internacionais o reconhecem sem reticências. Esse reconhecimento, estou seguro, é apenas o primeiro passo para, hoje como no passado, superarmos as dificuldades que se nos apresentam. O esforço que se pede a todos será frutuoso.

José de Almeida Cesário

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